EVOLUÇÃO DA TERRA E A ORIGEM DO HOMEM

EVOLUÇÃO HUMANA

Aula 01 - O Reino Monera - Bactérias e Algas Azuis

Filme 01 - As Bactérias - Tire suas Dúvidas Filme 02 - As Bactérias

Aula 02 - O Reino Monera - Doenças Bacterianas

Filme 01 - Doenças Bacterianas Filme 02 - Doenças Bacterianas

Aula 03 - Intoxicação Alimentar

Intoxicação Alimentar

Aula 01 - Reino Protoctista

Filme 01 - Reino Protoctista Filme 02 - Biologia do Reino Protista

Aula 02 - Vida dos Protoctistas - Protozoários

Filme 01 - Biologia das Amebas - Rizopodes Excelente video (sem áudio)Observe os movimentos da ameba : Filme 02 - Caracteristicas dos Ciliados Filme 03 - Ciliado - Paramecio (sem audio)

Aula 03 - Protozoarios Parasitas

Filme 01 - Classificação e Protozoarios parasitas 01 - Filme 02 - Doenças Causadas por Protozoários (continuação - Malária)

Aula 04 - Leishmaniose -

Aula 05 - Doença de Chagas

Filme 01 - Historico da Doença de Chagas

Aula 06 - Amebíase e Giardíase

domingo, 5 de março de 2017

Reino Monera: As doze bactérias mais ameaçadoras

Veja as 12 bactérias que mais afetam a vida humana de acordo com a OMS. A lista de microorganismos contra os quais há cada vez menos remédios eficazes convoca governos, cientistas e indústrias a agir com urgência para criar novas opções...um alerta para todo nós. Em baixo a bactéria abaixo Campylobacter spp é uma das que requerem novos remédios.


Pela segunda vez em apenas cinco meses, a Organização Mundial de Saúde (OMS) veio a público para chamar a atenção do mundo a respeito da ameaça causada pelas bactérias super resistentes à ação dos antibióticos. Na semana passada, a entidade divulgou uma lista com doze famílias de microorganismos considerados de alto risco e contra os quais as opções terapêuticas estão se esgotando. No documento dirigido aos governos, cientistas e indústrias, a organização enfatiza a necessidade de criação urgente de novos recursos para combater essas bactérias antes que seja tarde demais. Em setembro do ano passado, a OMS levou o tema à reunião dos líderes mundiais na Assembleia Geral da ONU, realizada nos Estados Unidos. Na ocasião, fez igualmente um chamamento para a realização de ações globais.

PENICILINA SEM EFEITO
A lista divide as bactérias em categorias de acordo com a urgência na necessidade de desenvolvimento de novos antibióticos. Na primeira, as mais críticas, estão incluídas as que representam especial perigo a pacientes que necessitam de recursos como ventilação mecânica ou cateteres. Entre elas, há várias da família das enterobacterias, como a Klebsiella e a Serratia. Esses agentes não são mais destruídos por um grande número de antimicrobianos, incluindo a terceira geração de cefalosporinas, a melhor opção disponível para tratar bactérias resistentes.

RACIONAL O médico Ícaro pontua a importância de usar os remédios de forma correta
RACIONAL O médico Ícaro pontua a importância de usar os remédios de forma correta
Nas duas classificações seguintes encontram-se bactérias responsáveis por doenças como intoxicação alimentar (Salmonella) e a gonorreia, provocada pela Neisseria gonorrhoeae. Há 76 anos, uma dose apenas de penicilina – o primeiro antibiótico do mundo – curava 100% dos casos de gonorreia. Hoje ela não funciona mais e poucos são os remédios efetivos para a enfermidade.
Projeções realizadas por cientistas ingleses estimam que, se nada for feito, dez milhões de pessoas morrerão a cada ano no mundo a partir de 2050 vítimas de infecções intratáveis. Os gastos no atendimento e as perdas nas forças produtivas somarão em torno de US$ 100 trilhões, provocando uma redução de cerca de 3% no total da riqueza global.

Por isso a importância do alerta. Ainda é possível reverter essa trajetória se ações concretas forem adotadas em várias frentes. Uma delas é aumentar o investimento na criação de antibióticos – pauta do aviso dado pela entidade. Outra é fortalecer os programas de educação voltados aos profissionais de saúde e à população em geral. “É preciso aumentar a conscientização de todos para o uso correto dos antibióticos”, disse à ISTOÉ a brasileira Carmem Pessoa da Silva, coordenadora do Programa de Vigilância Global de Resistência aos Antimicrobianos da OMS.

Se nada for feito, em 2050 dez milhões de pessoas poderão morrer no mundo vítimas de infecções intratáveis

Tanto para médicos quanto para pacientes, a advertência deve ser feita no sentido de evitar o uso desnecessário ou incorreto dos medicamentos. É comum que médicos receitem antibiótico a quem não precisa. “É necessário fazer o uso racional desses remédios”, afirma o infectologista Ícaro Boszczowski, coordenador do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo. Um erro básico é o de receitar essas drogas a quem tem gripe, causada por vírus. Antibiótico é contra bactéria. “Os hospitais devem estabelecer políticas bem definidas de utilização”, diz Ícaro.
Do lado dos pacientes, é preciso saber que a droga precisa ser tomada como manda o médico. Interromper o tratamento no meio porque os sintomas sumiram só fará crescer as bactérias que até aquela altura sobreviveram à ação do remédio. Ou seja, as resistentes.

Melhorias de infra-estrutura que envolvam saneamento básico e ambientes hospitalares que propiciem a prevenção também são necessárias. Por mais absurdo que pareça, hoje a adesão à prática da lavagem das mãos não atinge 100% dos profissionais de saúde. Outro foco a ser considerado é a batalha pelo uso adequado na agropecuária. Antibióticos são utilizados na fabricação de rações, o que impulsiona a outra ponta no motor de produção de bactérias resistentes. “Essas ações são importantes para proteger também as gerações futuras”, diz a infectologista Carmem.

Obs: coloquei na integra esta reportagem devido a importância do fato das bactérias atualmente merecerem destaque em relação à sua influência em nossa saúde e também pelo impacto econômico futuro que merece destaque nesta reportagem. 

Fonte: http://istoe.com.br/as-doze-bacterias-mais-ameacadoras/ em 05/03/2017

domingo, 30 de março de 2014

TRANSPLANTE DE FEZES: INÉDITO

01 - TRANSPLANTE DE FEZES VIRA ARMA CONTRA TIPO DE COLITE 

Esta postagem a principio parecem ser estranha, mas é verdadeira: TRANSPLANTE DE FEZES.


Técnica é alternativa de cura para doença que causa diarreia constante; com transplante, flora intestinal é reconstruída; O Hospital Albert Einstein, em São Paulo, realizou no último mês dois procedimentos inusitados e inéditos no Brasil: transplantes de fezes. Apesar de parecer estranho, o transplante é a única alternativa de cura para pacientes que sofrem da chamada colite pseudomembranosa, que causa diarreias persistentes, que podem levar à desidratação e até a infecção generalizada.

O primeiro a receber a técnica foi o empresário José Sanches Gallo, de 75 anos, que foi transplantado em fevereiro. Na semana passada foi a vez da aposentada Vera Soares, de 78 anos. Nos dois casos, os filhos foram os doadores. Os dois já receberam alta e não tiveram mais diarreia.
Esse tipo de colite é causado pela Clostridium difficile. Trata-se de uma bactéria que normalmente habita a flora intestinal de cerca de 10% das pessoas, mas costuma não incomodar porque há um equilíbrio natural entre as bactérias.
Em geral, o problema surge por conta da ingestão contínua de antibióticos de largo espectro (os mais modernos, que normalmente matam vários tipos de bactérias). A Clostridium difficile é resistente a esses medicamentos e, sem outras bactérias no mesmo ambiente, ela fica livre para agir, provocando um desequilíbrio e, consequentemente, as diarreias persistentes.
O tratamento padrão para esse problema é o uso de dois tipos de antibióticos: a vancomicina e o metronizadol. Mas, segundo o médico Arnaldo José Ganc, que é gastroenterologista e endoscopista do Einstein, esses antibióticos não curam, apenas reduzem a frequência das diarreias. Além disso, a vancomicina só pode ser aplicada em ambiente hospitalar (é de uso venoso) e o metronizadol já não tem sido mais tão eficiente.
Veja como é esta doença 
Segundo Ganc, nos anos 1960 pesquisadores começaram a usar uma técnica de lavagem intestinal no paciente usando fezes de outras pessoas para tentar "repovoar" a flora, restaurando o equilíbrio, mas a técnica foi considerada antiética e foi suspensa por anos. Tempos depois, os cientistas também tentaram aplicar as fezes saudáveis nos pacientes por meio da colonoscopia, mas os resultados não eram bons porque não se conseguia fazer o "repovoamento" de toda a flora intestinal - apenas do fim.
Mas, uma pesquisa feita por cientistas holandeses e publicada no New England Journal of Medicine em janeiro deste ano trouxe a técnica de volta - mas por outras vias - e constatou que o transplante de fezes é realmente a alternativa mais rápida e eficaz para o tratamento, em comparação com o uso da vancomicina.
No estudo, os pesquisadores analisaram três grupos de pacientes: o primeiro e o segundo foram tratados com os antibióticos e o terceiro grupo fez o transplante. A cura do problema foi tão rápida no terceiro grupo (a diarreia cessou em 85% dos voluntários na primeira infusão) que o estudo foi interrompido, já que os médicos concluíram que seria antiético manter os outros pacientes com medicamentos, sem bons resultados. Na segunda infusão, a diarreia cessou em 95% dos participantes.
Adaptação. O grupo holandês fez o transplante por meio de uma infusão de fezes feitas por uma sonda no nariz do paciente, chegando no duodeno.
Aqui no Brasil, para evitar constrangimentos nos pacientes e até mesmo a possibilidade de refluxos, o médico Ganc resolveu adaptar a técnica e, em vez de usar a sonda no nariz, ele fez uma endoscopia - os pacientes foram sedados e, por meio do endoscópio, as fezes foram infundidas direto no jejuno.
"O hospital estava com dois pacientes com diarreia persistente. Um deles estava internado havia mais de três meses. Tínhamos tentado de tudo para resolver o problema, sem sucesso. Até que decidi propor o transplante. Eles toparam na hora", afirmou Ganc.
Um deles, o aposentado Sanches Gallo, sofria havia três meses de diarreia crônica. Um dia após o transplante, já se sentia melhor. Em três dias, não teve mais diarreia. "É um procedimento muito simples e rápido. Estava sedado, não vi nada. Resolveu meu problema."
De acordo com Ganc, a técnica usa fezes de duas pessoas para melhorar a quantidade e a qualidade das bactérias. As fezes passam por sorologias, depois são misturadas em soro fisiológico e centrifugadas, antes de serem infundidas no doente. Ao ser aplicada no jejuno, as fezes vão "repovoando" a flora intestinal com novas bactérias e, por conta dessa competição, o Clostridium difficile morre. Em muitos casos, o problema cessa já na primeira infusão. "Apesar de desconhecido por muitos, o problema é bastante comum. Já se fala em usar essa técnica em outras doenças intestinais", disse Ganc.
Em São Paulo o Hospital Albert Sabin realizou no último mês dois procedimentos inusitados e inéditos no Brasil: transplantes de fezes. Apesar de parecer estranho, o transplante é a única alternativa de cura para pacientes que sofrem da chamada colite pseudomembranosa, que causa diarreias persistentes, que podem levar à desidratação e até a infecção generalizada. 
O primeiro receber a técnica foi o empresário José Sanches Gallo, de 75 anos, que foi transplantado em fevereiro. Na semana passada foi a vez da aposentada Vera Soares, de 78 anos. Nos dois casos, os filhos foram os doadores. Os dois já receberam alta e não tiveram mais diarreia. Esse tipo de colite é causado pela clostridium difficile. Trata-se de uma bactéria que normalmente habita a flora intestinal de cerca de 10% das pessoas, mas costuma não incomodar porque há um equilíbrio natural entre as bactérias.



Em geral, o problema surge por conta da ingestão contínua de antibióticos de largo espectro (os mais modernos, que normalmente matam vários tipos de bactérias). A Clostridium difficile é resistente a esses medicamentos e, sem outras bactérias no mesmo ambiente, ela fica livre para agir, provocando um desequilíbrio e, consequentemente, as diarreias persistentes.


Fonte: 
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,transplante-de-fezes-vira-arma-contra-tipo-de-colite,1014888,0.htm em 30/03/2014
http://www.patmed.com.br/transplante-de-fezes-vira-arma-contra-tipo-de-colite

Veja na foto abaixo como é feita a técnica: 

02 - Transplante fecal: restaurando nosso ecossistema interno

A microbiota intestinal humana exerce um papel importante tanto na saúde quanto na doença. E em alguns aspectos, a manutenção de uma microbiota saudável se assemelha a cuidar de um jardim (veja a figura acima ). Por vezes, intervenções graves podem levar à degradação total deste ecossistema, como por exemplo, através de doenças e/ou pelo uso de antibióticos. Embora seja possível a recuperação espontânea, não é garantido que ela ocorra em todos os casos. Devido a isto, várias estratégias podem ser utilizadas para restaurar este ecossistema: probióticos, prebióticos ou até mesmo transplantar o ecossistema microbiano inteiro, por exemplo, a partir de uma amostra de fezes e um processo denominado transplante fecal.
Estas estratégias podem estar associadas a suplementação da dieta com carboidratos não-digeríveis (prebióticos) que são benéficos, porque estimulam seletivamente o crescimento e a atividade de uma ou mais espécies bacterianas no cólon. Outra forma de recuperação ou fortalecimento deste ecossistema intestinal seria através da ingestão de micro-organismos vivos, administrados em quantidades adequadas e que conferem benefícios à saúde do hospedeiro (probióticos). Os probióticos em sua maioria pertencem aos gêneros Lactobacillus, Bifidobacterium e Bacillus. Entretanto em alguns caso graves de diarreia crônica é necessário lançar mão de uma medida capaz de restaurar a complexa microbiota intestinal por completo  e neste caso transplante fecal é uma opção terapêutica.
A maioria das pessoas já ouviu falar sobre probióticos e prebióticos, mas poucos conhecem algo sobre transplante fecal. Apesar de poucas pessoas conhecerem esta técnica, o transplante fecal não é uma prática nova. O primeiro caso foi descrito por Eiseman e colaboradores em 1958, e a descrição do segundo ocorreu em 1981 por Bowden. Hoje este tipo de terapia é utilizada por vários especialistas com sucesso, sem quaisquer efeitos adversos. Desde então, existem muitos relatos de transplantes de fezes através de colonoscopia ou sonda nasogástrica, e a maioria destes procedimentos estavam relacionados a utilização desta técnica no tratamento da infecção por Clostridium difficile, para o restabelecimento da microbiota após a infecção. Um dos princípios do método do transplante fecal é que nem todos os micro-organismos da microbiota podem ser isolados e cultivados em laboratório.
Recentemente, 19 pacientes infectados por C.difficile foram submetidos a um transplante de fezes (Figura 2). Permanecendo livres da doença por até quatro anos. Este resultado sugere que esta terapia pode ser benéfica para o tratamento desta doença, e segundo outros trabalhos é eficaz no tratamento de outros tipos de gastroenterites. 
Já existem estudos  que relatam que o uso progressivo de antibióticos contra C. difficile e outros micro-organismos também é capaz de afetar negativamente a   microbiota e sugerem que a recolonização do trato intestinal por uma nova microbiota pode ser empregada através do transplante.
Em outro estudo sobre o tema, foram utilizadas técnicas moleculares a fim de reconhecer os grupos microbianos bioindicadores de uma microbiota ‘saudável’ ou ‘doente’. Este estudo descreve o efeito de uma bacterioterapia através de um transplante fecal em pacientes com diarreia a fim de restabelecer a microbiota do cólon. Neste estudo, Firmicutes e Bacteriodetes não foram encontrados nos indivíduos doentes e dias após o transplante já foi possível ver reestabelecimento da microbiota e a recuperação do quadro clínico.
Vale a pena lembrar que o entendimento sobre o efeito da aplicação desta técnica parte de princípios ecológicos como interações entre hospedeiro e micro-organismos. Portanto, estudos sobre a composição, a diversidade e a função de comunidades microbianas intestinais são importantes para elaborar estratégias para tratamentos futuros.
O Transplante fecal, embora pareça ser uma abordagem estranha para os leigos, pode ser uma boa opção de tratamento e tem a capacidade de restabelecer a microbiota intestinal saudável. Por mais desagradável que possa parecer.
Por Deborah  Leite
Referências:
Eisman, B.; Silen, W; Bascom, G.S.; Kauvar, A.J. Fecal enema as an adjunct in the treatment of pseudomembranous enterocolitis. Surgery. 1958;44(5):854-859.
Bowden, T.A.; Mansberger, A.R.; Lykins, L.E. Pseudomembranous enterocolitis: mechanism of restoring floral homeostasis. Am Surg. 1981;47:178-183.
Yoon, S.; Brandt, L.J. Treatment of refractory/recurrent C. difficile-associated disease (CDAD) by donated stool transplanted via colonoscopy: a case series of twelve patients. Journal of Clinical Gastroenterology. 2010;44:562-566
Grehan, M.J.; Borody, T.J.; Leis, S.M.; Campbell, J.; Mitchell, H.; Wettstein, A. Durable alteration of the colonic microbiota by the administration of donor fecal flora. Journal of Clinical Gastroenterology. 2010; 44(8):551-561.
Floch, M. H. Fecal Bacteriotherapy, Fecal Transplant, and the Microbiome. Journal of Clinical Gastroenterology. 2010; 44(8): 529-530
Khoruts, A.; Dicksved, J.; Jansson, J.K.; Sadowsky, M. J. 2010. Changes in the composition of the human fecal microbiome following bacteriotherapy for recurrent Clostridium difficile-associated diarrhea.  Journal of Clinical Gastroenterology. 2010, 44:354-360.
Lozupone, C.A.; Stombaugh, J.; Jansson, J.K.; Gordon, J.I.; Knight, R. Factors that shape composition and resilience of human intestinal microbiota. Nature. 2012. (in press)


Fonte: http://www.crohnistasdalegria.com/2013/03/transplante-fecal-restaurando-nosso.html em 30/03/2014

sábado, 12 de outubro de 2013

O ovo na dieta alimentar: Cuidados e Riscos



Introdução
A verdade sobre a ingestão de ovos na alimentação nos leva a demonstrar estes dois pontos analisados abaixo sobre o que é verdade ou não sobre este importante alimento em nossa dieta alimentar. O primeiro tópico traz esclarecimentos sobre a questão da formação do colesterol e os riscos de infecção por bactérias do gênero Salmonella  e no segundo nos esclarece de forma singular a respeito do ovo na dieta alimentar, riscos, importância, dados nutricionais, enfim, aquilo que hoje se tem de real esclarecimento sobre esta importante fonte nutricional.

O Jornal Folha de S.Paulo entrevistou no último dia 5 de março o Dr. Marcos Knobelsobre algumas curiosidades e esclarecimentos sobre o ovo, em função do colesterol. Especialistas esclarecem as principais dúvidas sobre o consumo do alimento, que voltou ao debate após resultado de novas pesquisas sobre colesterol;
Durante muito tempo, o ovo engrossou o time dos acusados por infartos, arterosclerose e outros danos cardiovasculares. A principal justificativa: os altos níveis de colesterol. Estudos recentes, no entanto, vêm trazendo o debate à tona novamente.Um trabalho divulgado há duas semanas pela British Nutrition Foundation afirma que consumir um ovo por dia é seguro e que o colesterol encontrado no alimento teria efeito “pequeno e insignificante” no colesterol do sangue.
Bruce Griffin, professor de nutrição da Universidade de Surrey e coautor do documento, é responsável por uma outra pesquisa que avançou ainda mais. Avaliaram-se pessoas com sobrepeso que consumiam até quatro ovos por semana numa dieta com restrição calórica e outras que, seguindo a mesma dieta, incluíram dois ovos no cardápio diariamente.

Depois de 12 semanas, ambos os grupos reduziram o peso e apresentaram diminuição no nível de colesterol. Para Griffin, o estudo mostra que as atenções devem estar voltadas para gorduras saturadas e do tipo trans -excluídas na alimentação dos estudados e muito mais vilãs do que o colesterol do ovo.
É dessa forma que especialistas brasileiros encaram o tema. “O ovo foi muito maltratado sem motivo. Muito piores são as porcarias consumidas atualmente: o maior problema é a ingestão exagerada de gorduras saturadas”, afirma o cardiologista Luiz Antônio Machado César, diretor da Unidade Clínica de Coronariopatias Crônicas do InCor.
Esse tipo de gordura tem capacidade de aumentar três vezes mais o colesterol do sangue do que a substância presente nos alimentos. O fígado, responsável pela produção de 70% do colesterol, transforma a gordura saturada ingerida em LDL -uma lipoproteína de baixa densidade, que, em excesso, favorece o depósito de gordura nas artérias.
Quantidade
Pessoas saudáveis e que mantêm uma dieta balanceada podem ingerir de um a dois ovos por dia sem riscos, explica o cardiologista Marcos Knobel, coordenador do Selo de Aprovação da Sociedade Brasileira de Cardiologia.

Isso desde que os ovos não sejam apresentados em forma, por exemplo, de um X-tudo: nunca será aceitável consumir ovos, carnes e queijos amarelos em uma mesma refeição. “O recado é tirar comida processada, embutidos, biscoitos e bolos da dieta, reduzir a ingestão total de calorias e não se preocupar com ovos”, resume César.

 Veja a seguir 25 questões sobre o consumo de ovos.

1. O ovo é um alimento essencial ao organismo?
É uma ótima fonte de proteínas e deve ser usado na alimentação.
Auxilia na recuperação de tecidos, no aumento e manutenção de força muscular, na recuperação neuronal e na formação do feto.

2. Qual é o consumo máximo diário permitido?
Pessoas saudáveis podem consumir um ovo por dia -sempre atentas ao limite de ingestão diária total de colesterol, que não deve ultrapassar 300 mg, segundo recomendações da American Heart Association, seguidas no Brasil. O principal problema de consumir ovo diariamente é dispensar outras fontes de proteínas, como as carnes, que oferecem diferentes nutrientes -o ideal é variar durante a semana.

3. A partir de que idade é permitido oferecer ovo à criança?
O ovo inteiro pode ser oferecido, sempre cozido, a partir do sexto mês de vida, como fonte de proteína da comida salgada.

4. Pessoas com doenças metabólicas devem reduzir o consumo?
Depende da doença. Pessoas com doenças renais devem controlar a ingestão de proteína, por exemplo. Cardiopatas, quem tem colesterol alto ou diabetes devem reduzir a ingestão de gorduras como um todo, o que pode afetar o consumo semanal de ovos.

5. O colesterol presente no ovo pode elevar o LDL (colesterol ruim) no sangue?
Se a pessoa mantém bons hábitos alimentares, pratica atividade física e tem peso saudável, não. O ovo fornece colesterol ao organismo, mas esse aporte não vai refletir, necessariamente, em aumento das taxas de LDL no sangue.

6. É preciso lavar o ovo antes de consumi-lo?
Para guardar, deve-se manter os ovos dentro da embalagem sem lavá-los, para não retirar a película natural que os protege contra rachaduras. Antes de prepará-los para consumo, no entanto, é recomendado lavá-los, especialmente se contêm sujeiras visíveis.

7. Há risco em consumir ovo cru? E com gema mole?
Sim. Se a cocção não é adequada, eventuais bactérias presentes no alimento podem sobreviver -a salmonela pode se desenvolver em temperaturas de até 50 ºC e causar febre, cólica abdominal, vômito e diarreia. Gestantes, idosos, crianças e imunodeficientes têm mais risco de desenvolver formas mais graves de salmonelose e devem redobrar a atenção. A melhor forma de consumir ovos é cozinhá-lo por 12 minutos. É preciso atenção também a doces preparados com ovos crus e que não vão a cocção.

8. Gemada realmente dá energia? Crianças estão liberadas para ingeri-la?
De fato é uma bebida energética, mas o consumo de ovo cru traz riscos de contaminação para qualquer faixa etária.

9. Quais são os teores de colesterol do ovo de galinha?
Um ovo de galinha tem de 120 mg a 200 mg de colesterol, conforme o peso. Para comparação, cem gramas do alimento cozido (aproximadamente dois ovos) têm cerca de 397 mg de colesterol, enquanto 100 g de contrafilé grelhado contêm 102 mg e 100 g de queijo branco, 62 mg.

10. Ovo orgânico tem menos hormônios do que o caipira e o comum?
Na verdade, utilizam-se antibióticos promotores de crescimento, e não hormônios. Nutricionalmente, não existem diferenças consideráveis entre esses ovos -a diferença mais importante é relacionada ao manejo de produção. A produção convencional de ovos utiliza gaiolas industriais e é um método superintensivo, que explora ao máximo o potencial fisiológico da galinha. A orgânica utiliza galinhas que foram alimentadas exclusivamente com alimentos orgânicos, sem agroquímicos, que não sofreram debicagem (retirada dos bicos, para evitar que se ataquem). Nessa produção, há controle rígido do uso de antibióticos e as aves não são criadas em gaiolas, têm acesso ao chão. Já o ovo caipira é um meio-termo entre as produções, com uso controlado de remédios, mas não tanto como os orgânicos. As galinhas não são criadas em gaiolas, mas não são necessariamente alimentadas com produtos orgânicos.

11. Como saber se o ovo está fresco?
Ao chocalhar o ovo, o conteúdo não deve se mover (caso se movimente, está velho). Outra forma de verificar é colocar o ovo em uma vasilha com água e sal: quanto mais fresco é o ovo, mais fundo ele fica.Durante uma preparação, dá para observar o frescor do alimento de acordo com a área ocupada. O ovo fresco se espalha pouco, formando um pequeno diâmetro. Já o velho ocupa uma área grande.

12. Dá para saber se o alimento está contaminado com salmonela?
Não é possível fazer o diagnóstico sem uma análise laboratorial. O importante é saber a procedência do ovo, verificando se o produto veio de uma granja em que as aves passam regularmente por um controle sanitário.

13. O ovo deve ser guardado fora ou dentro da geladeira?
Dentro da geladeira, nas prateleiras, mais ao fundo. Nunca se deve deixar o alimento na porta: quando é aberta, a temperatura interna se altera mais facilmente -e a salmonela, se estiver presente no alimento, consegue se multiplicar em uma temperatura bem ampla, de 5ºC a 45ºC.

14. O ovo pode substituir o consumo de carnes?
Em alguns dias da semana, o ovo pode ser a fonte de proteína da refeição. No entanto, não se deve trocar a carne pelo ovo todos os dias, para que não haja carência de nutrientes, como ferro e vitaminas do complexo B, presentes na carne vermelha, por exemplo.

15. Consumir várias claras de ovo por dia (como complemento proteico para treino, por exemplo) funciona? Traz algum risco?
A clara é rica em albumina (um tipo de proteína) e não tem gordura: é praticamente proteína pura. A orientação é que o esportista consuma proteína depois do treino, para ajudar na recuperação e na restauração dos músculos. Duas claras de ovos fornecem uma boa quantidade de proteínas -e não é preciso mais do que isso. O problema é que muitos atletas consomem clara crua, correndo risco de contaminação por salmonela. O excesso de proteínas também pode sobrecarregar os rins.

16. Funciona passar clara no cabelo? E na pele?
O componente principal da clara é proteína, que, de acordo com estudos, ajuda a melhorar o estado da pele e do cabelo e está presente de forma hidrolisada em diversos cosméticos, conferindo maciez e melhor aparência. Na clara, ela se encontra de forma bruta, com moléculas maiores, o que leva a uma penetração menos eficaz desse nutriente. Para obter os benefícios, o ideal é utilizar um cosmético com a proteína já preparada para esse fim.

17. O ovo de codorna oferece nutrientes diferentes?
Não. O ovo de codorna possui, proporcionalmente, mais colesterol, fósforo, ferro e cálcio e menos vitamina A.

18. Ovo de pata é mais forte do que o de galinha? Que nutrientes oferece?
Não. Em termos nutricionais, os ovos são semelhantes.

19. A casca de ovo é fonte de cálcio? Como deve ser usada na alimentação? Vale comer a casca triturada?
Sim. Estudos realizados com animais demonstraram que a biodisponibilidade do cálcio presente na casca é boa. Uma colher de café da casca em pó pode ser usada diariamente na alimentação. Para prepará-la, deve-se mergulhar as cascas em solução clorada (10 ml de água sanitária em um litro de água) por cinco minutos e, em seguida, fervê-las em água limpa por dez minutos. Depois, é preciso deixá-las secar em temperatura ambiente ou no forno, moê-las e conservar em recipiente limpo e tampado. Não é recomendado exagerar: em excesso, o cálcio pode inibir a absorção de ferro e zinco pelo organismo.

20. Há diferença entre o ovo branco e o vermelho?
Ambos são iguais nutricionalmente -a diferença está na linhagem das galinhas. O que existe é uma crença entre os consumidores de que o vermelho é melhor do que o branco. Ao contrário do que roga outro mito, o ovo branco pode ter uma gema tão forte quanto o vermelho. Os ovos caipiras também podem ser brancos ou vermelhos, mas, em geral, raças criadas para produção de ovo caipira botam ovos vermelhos porque o consumidor tem dificuldade de entender que o ovo branco pode ser caipira.

21. O que é ovo pasteurizado?
É o ovo líquido, submetido ao processo de pasteurização lenta e conservado sob refrigeração, com validade máxima de sete dias. É bastante usado pela indústria de massas e biscoitos, assim como o ovo em pó, desidratado, que tem vida útil de 12 meses.
22. Ovo enriquecido com ômega 3 é melhor?
Esse produto é enriquecido com os ácidos graxos DHA e EPA, da família do ômega 3. No entanto, não deve ser considerado fonte desses elementos -em geral, seria necessário consumir muitos ovos para obter o benefício. Mais interessante é consumir alimentos naturalmente ricos nesses elementos, como peixes de água fria.

23. O que é o ovo light? Como é produzido?
É um ovo com menor teor de gorduras. Esse tipo de ovo é produzido por meio da modificação da dieta da galinha. Para especialistas, no entanto, o uso do produto não compensa -alguns acreditam que o animal lance mão das reservas do próprio organismo e acabe produzindo ovos com composição nutricional regular.

24. Dieta à base de ovo emagrece? Faz mal?
Quando a dieta é restrita a um só tipo de alimento, a quantidade de calorias ingeridas diminui e, consequentemente, a pessoa emagrece. Mas isso não quer dizer que um determinado alimento, como o ovo, tenha alguma característica emagrecedora específica. Esse tipo de regime não é saudável, pois gera carência de nutrientes essenciais, encontrados em outros alimentos. E a pessoa não consegue sustentá-lo por muito tempo, retomando os hábitos antigos e readquirindo peso.

25. Quais são os sintomas da intolerância ao ovo? E da alergia? Alérgicos a ovo de galinha devem evitar consumir ovos de outras aves?
A intolerância ao alimento é caracterizada pela sensação de dificuldade de digestão após o consumo. Já a alergia causa manifestações respiratórias, inchaço nos lábios, urticárias (placas avermelhadas que coçam) ou vômito. Pacientes alérgicos devem evitar ingerir ovos de outras aves pois é comum alergia a todos eles. Algumas pessoas toleram o ovo cozido, mas não o cru -um acompanhamento médico pode ajudar no diagnóstico.

O ovo: Inimigo ou Amigo?

Durante décadas o ovo foi considerado vilão devido à quantidade de colesterol existente na gema. No entanto, os estudos recentes mostram que isso já foi desmentido e este alimento pode ser consumido diariamente sem afetar a saúde, além disso, ele possui diversas qualidades nutricionais. A ingestão de claras de ovo ou do suplemento albumina, sempre foi muito popular, principalmente pelos atletas de musculação, porém, a gema pode estar inclusa na dieta também! Além do suplemento albumina, que é excelente opção para atletas consumirem antes de dormir, por exemplo, o ovo inteiro deverá ser incluso sem medo na dieta também!
Ovos possuem nutrientes como: ácidos graxos essenciais, carotenóides antioxidantes (luteína e zeaxantina), proteína de alta qualidade e colina. Então, o ovo deve ser incluído na dieta, pois além de ser nutritivo e saudável, tem baixo custo.
Analisando sua composição gordurosa, conclui-se que a gema tem 3,8g de gordura monoinsaturada (gordura boa), 1,36g de gordura poli-insaturada (gordura boa) e 3g de gordura saturada (gordura ruim). Apesar de ter um pouco de gordura ruim, essa quantidade não é muito significativa e além de tudo, a colina, presente na gema atua na redução da absorção do colesterol.
Dessa forma, fica claro que as pessoas podem incluir ovos em suas dietas (clara + gema) tendo benefícios em seu consumo diário. Algumas dicas:
- O consumo de ovos no café da manhã provoca maior saciedade reduzindo o consumo de alimentos calóricos nas outras refeições do dia. Os ovos também entram como opção mais saudável do que embutidos, queijos amarelos e margarina/manteiga;
- Consumir ovos com alimentos integrais e vegetais como: frutas, legumes e verduras, favorecem a perda de peso, além de proporcionar uma dieta equilibrada;
- O consumo diário de ovos também ajuda a fornecer proteínas de alta qualidade para praticantes de atividades físicas que desejam o ganho de massa muscular (um ovo tem cerca de 7g de proteína);
- A substância colina presente na gema, é muito importante para manter a saúde das funções cerebrais. Ela é componente chave para a formação de “transmissões” de mensagens e sinais do cérebro para nervos e músculos;
- A ingestão frequente de ovos também mantém a saúde de visão: os antioxidantes luteína e zeaxantina ajudam na prevenção da degeneração macular, que é a causa principal de envelhecimento dos olhos e outros problemas de visão com o passar dos anos;
- Os ovos podem ser consumidos cozidos, na forma de omelete, ovo mexido, patês, etc. Evite frituras e preparações gordurosas e com muito açúcar que os inclua;
- Uma excelente opção para quem quer evitar carboidratos antes de dormir é comer ovos cozidos com uma fatia de queijo ou um copo de iogurte ou fatias de peito de peru;
- Para vegetarianos (ovolactovegetarianos/ovovegetarianos): inclua ovos em sua dieta diariamente no lugar das carnes, eles são os substitutos perfeitos das proteínas alimentares.
Após esse artigo, tenho certeza que suas dúvidas em relação a este alimento acabaram! Consuma ovos diariamente: tenha saúde e qualidade de vida!

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